
Introdução e objetivos: A preocupação excessiva com a aparência pode levar ao consumo indiscriminado de substâncias ilícitas que melhoram o desempenho (PES) em praticantes de fitness, pondo em causa a sua saúde. Este estudo pretende examinar os fatores determinantes do consumo de PES, em utilizadores de ginásios portugueses e testar a utilidade da Teoria do Comportamento Planeado na previsão deste comportamento em ambos os géneros.
Método: Utilizou-se uma amostra de conveniência de 453 utilizadores de ginásios, praticantes de várias modalidades, com idades compreendidas entre os 16 e os 79 anos. Os dados foram analisados através de modelos de equações estruturais e análise multigrupo.
Resultados: A nível estrutural, verificaram-se fortes relações entre as atitudes, normas subjetivas e as crenças, sendo todos eles preditores das intenções para o uso de PES, destacando-se as normas subjetivas, como o principal preditor. Verificou-se uma associação significativa entre o uso de PES autodeclarado e as intenções para a utilização destas substâncias. O modelo preditivo demonstrou ser invariável entre os géneros; no entanto, as mulheres acreditam menos no efeito da melhoria do desempenho promovido pela utilização destas substâncias, são menos influenciáveis pelas pessoas que são para elas significativas e demonstram menores intenções de vir a usar este tipo de substâncias, do que os homens.
Conclusão: As estratégias psicológicas devem basear-se em intervenções sobre as normas subjetivas, crenças e atitudes em relação ao uso de PES, ajustadas ao género, uma vez que estas influenciam a intenção de consumir estas substâncias nesta população específica.
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